domingo, 13 de novembro de 2011

QUANDO TOMBAM OS HERÓIS!

Herói tambado na batalha
Estado do Rio Grande do Norte, Polícia Militar. Cento e setenta e dois anos garantindo a segurança da população. Ao longo desta sesquicentenária história, importantes episódios vêm marcando sua existência. Em junho de 1834 com um pequeno efetivo de policiais começa a jornada da Instituição pública mais autentica do Estado, seu braço armado e sua força coercitiva garantidora da paz social.

Fatos como a participação na Guerra do Paraguai, na Revolução Paulista, no enfrentamento à Coluna Prestes, na resistência à Intentona Comunista e no combate ao cangaceirismo no Nordeste foram episódios que marcaram parte da história da PM-RN. Todavia, nalguns destes fatos concretos e em suas ações efetiva tombaram pessoas que deram seu sangue para a defesa e a garantia da ordem legalmente constituída, muito embora nem sempre justa.

Todos sabem quão arriscada é a vida de um policial militar brasileiro. O sujeito de direito sai todo o dia de casa, beija os seus e não sabe se volta. Isto se dá também em outras categorias de trabalhadores da segurança pública, mas para o PM o risco é dobrado, pois ele nunca deixa de estar de serviço. PM é PM seja em serviço ou fora deste.

Mesmo diante de situação de perigo cotidiano  Policiais Militares  tem sido tratados de forma diferenciada de Estado para Estado. Nalguns, muito poucos por sinal,   são bastantes reconhecidos e recompensados pela função que desempenhas e noutros, infelizmente são relegados a plano secundário e ficando a mercê da própria sorte. A disparidade é gritante no que toca condições de trabalho e vencimentos. Diante de tal conjuntura de condições desiguais, muito embora exerçam a mesmíssima atividade  sob a égide de uma só Constituição e da mesma  legislação criminal e sob o domo da crescente violência em nosso meio social, o caos tem se alastrado ao ponto de somente no RN em 2011 termos perdido quinze Policiais Militares.

Noite deste sábado foi covardemente abatido o PM Ramalho da Companhia ALFA do 4º Batalhão de Polícia Militar. Deixando para traz nesta vida muitas saudades dos amigos, familiares e colegas de profissão que neste momento de angustia e dor familiar se solidarizam e procuram se fortalecer diante de uma realidade que a todos atinge, afinal, sempre pensamos, pelo risco da profissão, que poderia ter acontecido com qualquer um de nós.
A situação está tão complicada nos dias atuais no que toca a criminalidade, principalmente pelo aumento assustador do comércio ilegal de entorpecentes e do consumo cada vez maior dessas substancias que tem degenerado nossa sociedade que policiais militares são obrigados a se deslocarem de casa para o trabalho ou vice e versa, à paisana. Isso em virtude dos constantes atentados sofridos por estes servidores em todo o Brasil. Os que se deslocam fardados, como foi o caso do PM abatido, correm sérios riscos.

Já foi comprovado através de pesquisas de cunho científico que a função policial, principalmente a ostensiva, é uma das atividades mais estressantes e perigosas  do mercado de trabalho, isso considerando as condições de trabalho de países desenvolvidos. Agora, avalie-se nos países em desenvolvimento como o Brasil onde a violência tem tido uma curva ascendente dos últimos vinte anos.

Os cidadãos que dependem da segurança pública, ainda mais do que de outros serviços, quando percebem que servidores da segurança padecem  da mesmíssima situação, sentem-se desprotegidos também, pois como já foi enunciado anteriormente neste jornal: “quem vai proteger quem protege? E como os que protegem vão proteger se não estiverem protegidos? Eis uma questão até certo ponto filosófica mais com implicações da práxis social, que deve ter ampliado seu debate e apresentadas situações fáticas para a resolução do problema.

Estamos falando do Rio Grande do Norte, mas todo dia morre PM no Brasil e também cidadãos civis. Relembremo-nos da trágica morte do repórter que acompanhava operação policial, dá para ver o projétil passando a poucos centímetros do Policial e atingindo o repórter. É o que a PM do BRASIL recebe todo o dia como parte do seu trabalho. Todos estamos de luto com a situação que se instalou.

Com o PM Ramalho do 4º BPM infelizmente completa-se neste ano o 15º abatido, grande prejuízo para o Estado e perda irreparável para família, amigos e colegas de farda. Esse é um momento em que se enxerga a necessidade de se oferecerem melhores condições de trabalho aos servidores da segurança, proteção para seus lares e oportunidades para que eles cada vez mais desempenhem suas funções de forma mais segura, com honra, dignidade e coragem, porque quando tombam os heróis, a sociedade treme.
Fonte: Blog Dica Segura

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