Dep. Estadual Kelps Lima (Solidariedade) |
A polícia trata a febre, mas é preciso atacar a infecção e a origem da
doença, que estão no planejamento, na administração e no desenvolvimento
econômico
O Governo começa bem intencionado, com um discurso positivo e palavras
afirmativas no setor onde o Estado mais se ressente de suas carências:
segurança.
Mas, vai chegar um momento quem só as palavras doces, o olhar sincero e
a boa vontade não servirão mais de anestesia para os problemas reais do
cotidiano do cidadão.
Acudir delegacias, entusiasmar e cobrar mais da polícia são remédios
para a febre. E, todo mundo sabe: baixar a febre é importante, mas não adianta
só isso. É preciso tratar a origem da doença.
A insegurança que as pessoas sentem nas ruas do Rio Grande do Norte é o
sintoma de uma enfermidade que está instalada em setores anteriores ao da
Segurança Pública: o Planejamento, a Administração e o Desenvolvimento
Econômico.
O foco para melhorar a segurança é trabalhar fortemente as Secretarias
de Planejamento , Administração e Desenvolvimento Econômico. Enxergar as
travas. Diagnosticar os vícios. Promover as rupturas necessárias. Destronar os
poucos que se beneficiam com o desmantelo do planejamento para ajudar os MUITOS
que se prejudicam com a falta dele.
Quando essas Secretarias estiverem, de verdade, controlando o Estado,
equilibrando os recursos, dosando as prioridades, ai o encadeamento estará
produzindo resultados lá na ponta, em áreas como a Segurança Pública.
Nada que se faça, neste momento, de forma isolada ou pontual na
Secretaria de Segurança, vai conseguir, de verdade, conter o avanço dos índices
negativos de violência. Pode até atenuar o medo por alguns momentos. Mas,
depois, sem o alicerce da gestão focada no Planejamento, na Administração e
geração econômica de longo prazo, o caos volta de novo.
A Segurança não produz insumos nem tem os mecanismos que os geram. Ela
apenas consome. Como a necessidade de proteção da população está demandando
mais insumos do que o Governo pode enviar - este ou qualquer outro Governo - é
preciso investir em ações com olhar de longo prazo.
Segurar a febre é importante, mas vale pouco se não houver combate à
infecção.
(Artigo do deputado Kelps Lima de janeiro de 2015)
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