Nesta quinta (15) o
presidente da Associação de Praças da Polícia Militar de Mossoró e Região
(APRAM), Soldado Tony, ingressou com representação criminal por abuso de
autoridade contra o comando do 12° Batalhão de Polícia Militar, unidade que,
segundo o dirigente, tem insistido na prática de escala com jornada excessiva e
desumana, como a que foi imposta ao próprio por ocasião do pleito eleitoral do
último dia 05 onde trabalhou 37 horas ininterruptas. A peça foi protocolada no
Ministério Público e Comando Geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.
De acordo com Tony, nos
últimos dias vários PMs procuraram a associação para relatar acerca da
sobrecarga de trabalho e condições de logística inadequadas a que foram
submetidos no primeiro turno das eleições. O dirigente explica que, como seus
companheiros, também se sentiu prejudicado e com a dignidade ultrajada.
"Entrei de serviço às 05 horas de sábado ficando até às 20 horas do
domingo. Trabalhei sozinho numa vila de Serra do Mel, desprovido de colete,
rádio-comunicador e apoio adequado, pois apenas uma viatura da PM cobria todos
os 22 locais de votação", declarou.
Tony salienta que mesmo
alertando o comando do 12ºBPM para tais problemas o plano de operações não foi
revisto. Naquele momento havia uma garantia do comando geral prometendo o envio
de 80 homens para reforçar a região de Mossoró, mas, pelo que apurou a APRAM,
só compareceram pouco mais de 30, fato que prejudicou o revezamento e
sobrecarregou ainda mais o efetivo da unidade. "Reconheço a dificuldade de
contingente mas, enquanto representante da categoria, jamais aceitarei calado
que a tropa pague essa conta decorrente da omissão estatal. Já não bastam as
condições precárias de trabalho a que somos submetidos??? Está tudo errado e
por isso cobraremos providências imediatas das autoridades do Rio Grande do
Norte. Alguém deve ser responsabilizado pelos danos causados", declarou.
Outro problema que tem
causado descontentamento é o atraso no pagamento das diárias operacionais. Para
se ter idéia, o governo ainda deve diárias aos PMs pelo trabalho no Mossoró
Cidade Junina e Copa do Mundo, eventos transcorridos ainda no mês de Junho. Já
na eleição, enquanto os militares da região metropolitana de Natal receberam de
forma antecipada, a maioria dos PMs do interior ainda aguardam tal pagamento. A
insatisfação é crescente sendo que a grande maioria dos profissionais não
denunciam temendo represálias ou perseguições no interior dos quartéis. No
entanto, em consequência desse tratamento, existem rumores internos dando conta
que, caso a situação persista, boa parte da tropa não se apresentará para o
serviço no segundo turno das eleições. "Precisamos lutar com urgência
contra esses abusos promovidos por escalas compulsórias e jornadas excessivas.
Também somos trabalhadores e exigimos respeito em torno de nossos direitos",
afirmou Tony.
A presente denúncia servirá
como pontapé inicial para uma série de ações a serem desencadeadas pela APRAM,
através de sua assessoria jurídica efetiva representada pelo Dr. Roberto
Barroso, e que terão como objetivo principal garantir uma carga horária humanizada
para Policiais e Bombeiros Militares, resguardando-lhes o direito ao justo
descanso. Além do Ministério Público, a denúncia será encaminhada ao Comandante
Geral da PMRN, Comissão Estadual dos Direitos Humanos, Comissão de Direitos
Humanos da OAB de Mossoró e Natal. Também será remetida à Câmara Municipal de
Mossoró e Assembléia Legislativa para a devida discussão sobre tão alarmante
contexto que afligem os militares do Rio Grande do Norte.
Dr. Roberto Barroso
esclarece que "uma vez protocolada a representação junto ao Comando Geral,
este terá prazo legal para iniciar apuração dos fatos mediante processo
administrativo. Caso não o faça seremos obrigados a protocolar nova
representação, nesse caso, em face do próprio Comandante Geral, junto ao Governo
do Estado ante sua inércia em deixar de apurar denúncias tão graves."
Assessoria de Comunicação
APRAM
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