quinta-feira, 17 de maio de 2012

AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL MORTO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL DENUNCIA POLICIAIS MILITARES POR HOMICÍDIO QUALIFICADO

DP de Campo Grande responsável pelo Inquérito

Campo Grande/Assú - Não é na Justiça Estadual. Os policiais militares que mataram o agente penitenciário federal Iverildo Antônio da Silva, na madrugada do dia 23 de julho de 2011, em Campo Grande, vão responder por homicídio qualificado na Justiça Federal, em Assú. A denúncia foi feita no dia 26 de abril pelo procurador da república Fernando Rocha de Andrade.

Para o procurador da república, diante das provas técnicas geradas pelas perícias feitas no local e também as tomadas de depoimentos de testemunhas oculares, não lhe restou dúvida de que os policiais militares Felipe Eduardo Pereira de Araújo e Antônio Marcos Soares agiram deliberadamente, "com a intenção desde o primeiro momento de pôr fim à vida de Iverildo Antônio da Silva, uma vez que este não fez um único disparo sequer, enquanto os réus efetuaram 11 tiros, todos eles certeiros e a maioria em regiões vitais, como tórax e cabeça", descreve Fernando Rocha na denúncia.

Consta do inquérito policial que Felipe Eduardo e Antônio Marcos "dirigiram ao local, onde se encontrava Iverildo, para coibir volume de som acima do permitido, todavia iniciaram a abordagem de forma excessiva e violenta, culminando na morte do agente penitenciário federal", escreveu o procurador federal, levando como base o que testemunhou o comerciante Durval Ribeiro da Silva, testemunha ocular do ocorrido. "Já desceram do carro com armas em punho, avisando que o carro seria apreendido", disse Durval Ribeiro.

Na abordagem, o soldado Marcos, ao ser informado de que se tratava de um agente penitenciário federal, se afastou e em seguida retornou, discutiu com a vítima e, juntamente com o soldado Felipe, começaram a atirar. Iverildo morreu no local. Para o procurador federal, diante das provas materiais e testemunhais, não resta dúvida que a motivação do crime foi muito fútil. "Sem nenhum resquício de dúvida, a identificação funcional por parte de Iverildo é um motivo que se revela demasiadamente fútil", disse Fernando Rocha.
Fonte: Jornal de Fato

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