Pedro Lisboa, o Pepeu, prefeito de Passa e Fica, trocou de filiação |
Os juízes do Tribunal Regional
Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE/RN) cassaram ontem os prefeitos de Lajes,
Benes Leocádio (PMDB), e de Passa e Fica, Pedro Lisboa, o Pepeu (PMDB). A
decisão dos magistrados teve como base a lei da fidelidade partidária, em
virtude de ambos haverem deixado o Partido Progressista (PP), durante os
mandados de chefes do Executivo, e ingressado no PMDB.
A legislação define que os mandatos
pertencem às legendas e não aos candidatos. Pelo rito processual, Benes e Pepeu
terão que deixar os cargos assim que o acórdão com a decisão do TRE/RN for
publicado no Diário Oficial. No entanto, o advogado da dupla, Leonardo Palitot,
afirmou que espera a concessão de uma cautelar pelo Superior Tribunal Eleitoral
(TSE) antes mesmo de ambos terem que deixar as Prefeituras. Leonardo garante
ainda que, mesmo em caso de ser mantida a cassação, os peemedebistas têm
garantido o direito de concorrerem ao pleito deste ano, uma vez que a cassação
não se origina em improbidade administrativa. "Eles não estão
inelegíveis", assegurou.
Após a
publicação da decisão nos órgãos de divulgação oficiais, os legislativos são
comunicados de que deverão dar posse ao vice-prefeito, quando é o caso de
cassação do titular. Leonardo explicou que o julgamento, ontem, já era esperado
em face de um entendimento considerado rigoroso dos juízes do TRE/RN ao
apreciarem a lei da fidelidade partidária. Ele destaca, no entanto, que os
ministros do TSE têm externado uma interpretação mais branda, sobretudo quando
os supostos "infiéis" trocam de partido por motivos
justificáveis. "Nesse caso a própria legenda, o PP, concordou com a saída
dos prefeitos", justificou ele.
Semana
passada, dois vereadores dos municípios de Almino Afonso e Caraúbas retornaram
às respectivas Câmaras Municipais por decisão da ministra presidenta do TSE,
Carmem Lúcia, que deferiu cautelares determinando o retorno dos mesmos. Segundo
Palitot, o caso era similar ao que enfrenta atualmente Benes Leocádio e Pepeu
Lisboa. "O partido reconheceu o clima de animosidade e que não havia mais
condições de ambos permanecerem na legenda", explicou o advogado. Ele
destacou que a discriminação pessoal a correligionário tem sido considerada
grave pelo TSE, o que reforça a tese de que os prefeitos cassados têm chances
contundentes no julgamento das cautelares que serão impetradas pelos dois
prefeitos. Ele destacou também que os motivos que levaram os dois a deixarem o
PP é similar ao alegado por um vereador de Almino Afonso, cuja tese de justa
causa foi aceita pelos juízes do TRE/RN a pouco dias. "Ainda tem mais esse
precedente", reforça Palitot.
O professor da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), advogado Erick Pereira,
assinalou que as várias liminares que estão obtendo êxito no TSE tem o
fundamento baseado na chamada "política judiciária", instituto
que garante uma autonomia aos tribunais e ao mesmo tempo exige aos
magistrados que analisem os casos de acordo com entendimento Superior. "A
medida em que o TRE cassa por infidelidade, o TSE diz que quando o partido dá
autorização você tem justa causa", afirma. Benes e Pepeu, segundo
ele, obteve a anuência do PP para trocarem de legenda. "Da mesma forma que
tínhamos certeza que o TRE manteria esse posicionamento (de cassar a ambos) a
gente tem uma certeza de direito que o TSE mandará suspender essas
cassações", finalizou.
Quatro
candidatos têm registros indeferidos
Quatro
pré-candidatos a prefeitos de cidades do interior do Rio Grande do Norte
tiveram os registros indeferidos pela Justiça Eleitoral por terem as
contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), no período em que
estiveram a frente das prefeituras dos municípios de Caiçara do Rio dos Ventos,
Campo Redondo, Japi e Rafael Fernandes. Os juízes eleitorais entenderam que
Aberlardo Rodrigues (DEM, de Alto do Rodrigues), Felipe Muller (PP, de Caiçara
do Rio dos Ventos), Carlinhos da Apami (PR, de Campo Redondo), Tarcísio Araújo
(PR, de Japi) e Mário Costa (DEM, de Rafael Fernandes) não preenchiam os
requisitos para terem deferidas as candidaturas na eleição deste ano. Ao todo,
cinco pré-candidatos tiveram os registros rejeitados - o sexto componente é
Manoel Cândido da Costa, concorrente em Serra do Mel pelo PT, que foi barrado
da disputa por não possuir quitação eleitoral.
O candidato de
Alto do Rodrigues pelo DEM, Abelardo Rodrigues, também teve o pedido de
registro indeferido, mas recorreu e acabou por obter a anuência da Justiça
Eleitoral. As impugnações de todos os candidatos foram interpostas pelo
Ministério Público e, em alguns casos, por adversários no pleito.
Em um dos
casos, o juiz destaca que o administrador teve reprovadas as contas relativas à
sua função de ordenador de despesas, dos Convênios n°s 1847/1999 (Siafi 387782)
- Funasa e 94.563/2000 - FNDE por decisões irrecorríveis do Tribunal de Contas
da União, fundadas na ausência de comprovação dos gastos, dispensa irregular de
procedimento licitatório e inexecução do objeto contratado. "Isso, ao
menos em tese, configura ato doloso de improbidade administrativa, não havendo notícia
de que tenham sido suspensas ou anuladas pelo Poder Judiciário", assinalou
o magistrado.
Em Natal, quatro dos seis candidatos a prefeito obtiveram o deferimento nos pedidos de registro de candidaturas. Carlos Eduardo Alves (PDT) e Rogério Marinho (PSDB) aguardam julgamento.
Em Natal, quatro dos seis candidatos a prefeito obtiveram o deferimento nos pedidos de registro de candidaturas. Carlos Eduardo Alves (PDT) e Rogério Marinho (PSDB) aguardam julgamento.
Juízes que
atuam em 105 municípios pedem reforço
Das 69 zonas
eleitorais, para 43 foram pedidos reforço de segurança com tropas federais. Os
juízes já protocolaram o pedido no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do
Norte. Os magistrados destes 43 zonas atuam em 105 municípios do Rio Grande do
Norte. A decisão final sobre os pleitos do reforço de segurança virá do
Tribunal Superior Eleitoral.
O presidente
da Corte Regional, desembargador Saraiva Sobrinho, encaminhou a governadora
Rosalba Ciarlini consulta sobre a possibilidade de que a segurança do pleito
nesses municípios seja garantida, exclusivamente, pela Polícia Militar do
Estado.
A resposta da
chefe do Executivo estadual deverá subsidiar eventuais pedidos de tropas
federais que serão analisados pela Corte Eleitoral e, posteriormente,
encaminhados para deliberação definitiva pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Somente com a aprovação do TSE, e depois de percorridas as etapas de consulta
ao Governo do Estado e aprovação da Corte local, é que as tropas federais serão
encaminhadas para os municípios solicitantes.
Entre as 43
zonas eleitorais para as quais foram pedidos reforço de segurança, algumas
estão na Grande Natal, no entanto, não houve solicitação para a capital
potiguar. O juiz da 6ª zona, onde estão Ceará-Mirim e Extremoz pediu a
segurança de tropas federais. Situação semelhante também foi posto em São José
do Mipibu, onde funciona a 7ª zona.
Para a cidade
de Mossoró, onde funcionam duas zonas eleitorais, também foi solicitado reforço
de segurança. No caso da 33ª zona, estão incluídos a capital do Oeste e a
cidade de Baraúna, a 34ª inclui os eleitores mossoroenses e Serra do Mel. Entre
as cidades do Oeste com pedido de reforço estão Apodi, Felipe Guerra, Itaú,
Severiano Melo e Rodolfo Fernandes, onde funciona a 35ª zona eleitoral.
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