O ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima morreu
aos 76 anos neste sábado (7) em João Pessoa. O ex-governador lutava contra um
câncer no pulmão desde 2011. Ronaldo Cunha Lima tem uma história política de
quase 50 anos e, com dezenas de livros publicados, se orgulhava de ser
conhecido como 'Poeta'.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB), filho de Ronaldo,
confirmou a morte do pai pelo Twitter. "Os Poetas não morrem! O Poeta
Ronaldo Cunha Lima, após uma vida digna, descansou", disse Cássio.
Ronaldo José da Cunha Lima nasceu na cidade de Guarabira,
Brejo paraibano, em 18 de março de 1936. Formado em Ciências Jurídicas.
Carreira política
Sua história política teve como palco principal a cidade de
Campina Grande. Aos 23 anos ingressou na vida pública quando foi eleito
vereador. Foram quase 50 anos de carreira política até a renúncia do mandato de
deputado federal em 2007, último cargo público que exerceu. Ronaldo deixou o
senador Cássio Cunha Lima, seu filho, como principal sucessor na política.
Ronaldo já assumiu cargos no legislativo e no executivo: foi
deputado estadual por dois mandatos e em 1969 se elegeu prefeito de Campina
Grande, mas teve seu mandato cassado pela ditadura militar. Em 1982 ele foi
novamente eleito prefeito da cidade, pelo PMDB, e assumiu o cargo em 1983. No
ano de 1990 foi eleito governador da Paraíba, cargo que deixou em 1994 para
concorrer ao Senado Federal. Foi senador e em 2002 foi eleito deputado federal.
Com problemas de saúde desde 1999, quando sofreu um acidente vascular cerebral,
Ronaldo ainda ficou alguns anos na vida pública e deixou o Câmara Federal em
2007, quando exercia o segundo mandato.
A eleição de 1990 foi marcante na trajetória política de
Ronaldo. Ele foi derrotado no primeiro turno por Wilson Braga, que já havia
governado o estado, mas no segundo turno virou o jogo e venceu com uma
diferença superior a 100 mil votos.
Polêmicas
Em função de um processo judicial por tentativa de homicídio
contra seu adversário político Tarcísio Burity, Ronaldo renunciou, em 2007, à
cadeira na Câmara Federal para escapar de julgamento no Supremo Tribunal
Federal. Na época ele fez uma manobra para dispensar o foro privilegiado, na
carta-renúncia ele diz que queria "ser julgado como cidadão
comum".
O atentado contra Burity foi em 1993 e ficou conhecido como
'Caso Gulliver', nome do restaurante onde aconteceu o crime. O então governador
Ronaldo Cunha Lima deu três tiros no seu antecessor, supostamente motivado por
críticas que este teria feito a Cássio Cunha Lima, que era superintendente da
Sudene. Burity sobreviveu e morreu dez anos depois vítimas de complicações
cardíacas.
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