Delegada Daniele Filgueira |
Quando
criança, ao invés de querer bonecas, ela pedia à mãe para ter armas de
brinquedo. Hoje, a delegada Daniele Filgueira Soares de Morais, 28 anos, se
sente honrada de ter realizado o sonho que almejava desde a mais tenra idade e
ter sido recentemente nomeada para assumir a vaga deixada pelo
"Xerife" Maurílio Pinto, aposentado desde agosto do ano passado.
Tendo alcançado o 1º lugar geral no curso de formação da Polícia Civil do Rio
Grande do Norte, ela diz conhecer as dificuldades da instituição, mas
afirma que pretende, com seu trabalho, resgatar a credibilidade da Polícia
diante da sociedade potiguar. Nascida em Natal, atualmente ela trabalha como
analista do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Contudo, deixará o cargo e até
desistiu de ser delegada na Paraíba para voltar à sua terra com a profissão que
sempre desejou. Ela é uma dos 32 delegados recentemente nomeados pelo governo
do Estado e que deverão assumir as delegacias existentes nas sedes de comarcas
no interior do RN.
Maurílio
Pinto comenta
Maurílio
Pinto de Medeiros, o "Xerife", diz se lembrar desse encontro. Ao
saber que Daniele Filgueira foi a escolhida para assumir a sua vaga, afirma ter
ficado bastante satisfeito. "Ouvi falar muito bem dela pelos meus antigos
colegas que ministraram as aulas do curso de formação". O antigo delegado,
figura de renome na Segurança Pública do RN, comenta que torce muito para que a
nova colega se saia bem na sua função. "Basta ela querer trabalhar em prol
da polícia, ao invés de muitos que tem por aí, que, na verdade, só querem o
emprego. Porque, para mim, o que vale mesmo é a vocação. O principal é ter a
vontade de ser policial, acima de tudo".
Entrevista
>> Daniele Filgueira – delegada
“Senti o peso da responsabilidade”
Quando
o governo divulgou o nome dos delegados convocados para assumir as vagas de
servidores aposentados ou falecidos da Polícia Civil do RN, seu nome saiu
relacionado para a vaga de Maurílio Pinto. Como foi receber essa notícia?
Daniele
Filgueira - Para mim, foi uma grande satisfação pessoal por toda a história que
representa a figura do "Xerife" para a Polícia de todo o estado. Meu
pai, quando viu a lista, me perguntou se aquilo não seria um presságio. Se eu
puder fazer 10% do que ele realizou enquanto foi delegado, já está bom demais.
E, ao mesmo tempo, senti o peso da responsabilidade de estar assumindo essa
vaga. Contudo, estou com muita vontade de trabalhar e resgatar a credibilidade
da Polícia Civil do nosso estado.
De
onde veio o desejo de ser policial? Alguém da família a influenciou?
Na
verdade, era uma vontade pessoal, desde criança. Aliás, um caso bem peculiar.
Eu só cursei Direito porque era o requisito para ser delegada. Se tivesse que
cursar matemática, teria feito do mesmo jeito. Quando era menina, minha mãe
queria que eu fizesse balé, mas eu preferi praticar artes marciais. Ela queria
me dar bonecas, eu pedia pistolas de plástico. Eu tive mais apoio mesmo do meu
pai, que chegou a passar em um concurso para ser agente da Polícia Federal mas
não assumiu. Sei que até hoje ele se arrepende de não ter entrado.
É
de conhecimento da sociedade potiguar que a Polícia Civil do estado passa por
vários problemas estruturais. Você pode notar isso no curso de formação? Você
tem noção do que enfrentará daqui em diante?
No
curso de formação a gente teve contato com a realidade de nossa Polícia. Mas eu
acredito que, com vontade e determinação, é possível superar todas essas
dificuldades e resgatar a credibilidade da instituição. Quero ir para o
interior do estado e mostrar que é possível se fazer um bom trabalho, apesar de
tudo. Tenho como exemplo o próprio delegado Maurílio Pinto, que nunca se negou
a fazer o seu trabalho e somente parou quando praticamente iria sair pela
aposentadoria compulsória.
O
delegado geral, Fábio Rogério, já manifestou a vontade de distribuir o efetivo
recentemente nomeado para as delegacias do interior. Há alguma cidade em
particular na qual você queira trabalhar?
Não
tenho uma cidade de preferência. Queria algum município com visibilidade, como
Mossoró. Sei que foi anunciada a criação de uma delegacia de homicídios por lá
e gostaria de fazer parte dessa equipe. Mas, seja lá para onde eu for enviada,
sei que farei um bom trabalho em qualquer lugar.
Você
já chegou a conhecer Maurílio Pinto? Conversou com ele sobre a nomeação?
Conheci
Maurílio Pinto em uma cerimônia na Associação dos Delegados (Adepol). Existiam
dois delegados que eu queria conhecer, pois os admiro bastante. Uma é a
delegada Sheila Freitas, que sei ser uma das melhores do RN. Eu a conheci
primeiro e ela me levou para cumprimentar Maurílio. Ele apertou a minha mão e
me desejou boa sorte. Foi uma alegria em dobro poder conhecer os dois, ícones
da Polícia do estado, no mesmo dia. Depois disso, não tive outra oportunidade
de falar com ele, mas seria maravilhoso.
Fonte: DN
Online
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