O ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou nesta quinta-feira, 19, em
julgamento, que a maconha é uma droga que não transforma os usuários em
"pessoas antissociais" e defendeu o debate sobre sua
descriminalização.
"Eu não vou entrar na
discussão sobre aos malefícios maiores ou menores que a maconha efetivamente
causa, mas é fora de dúvida que essa é uma droga que não torna as pessoas
antissociais", afirmou durante a última sessão do ano do STF.
Em julgamento estavam dois
habeas corpus que contestavam a definição de penas para duas pessoas presas
portando entorpecentes. Em um dos casos, um homem de 28 anos foi preso com 70
pedras de crack. No outro, o homem preso portava 0,6 grama da mesma droga.
Barroso afirmou que, ao
analisar os processos que chegam ao Supremo sobre tráfico de drogas, constatou
que "boa parte das pessoas" presas é de pobres que foram enquadrados
como traficantes "por portar quantidades não significantes de
maconha".
"E minha constatação
pior é que jovens, negros e pobres entram nos presídios por possuírem
quantidades não tão significativas de maconha e saem de presídios escolados no
crime", afirmou o ministro. "Por esta razão que, em relação à maconha
e nesse tópico, penso que o debate público sobre descriminalização é menos
discutir opção filosófica e mais se fazer escolha pragmática", argumentou.
Barroso disse que sua
preocupação central relaciona-se ao poder que a criminalização da droga garante
aos traficantes em comunidades pobres e à prisão de jovens sem antecedentes
criminais que, depois de cumprida a pena, terminam por praticar outros crimes.
"Tenho essa compreensão de que boa parte dos presos do País incriminados
com quantidades de maconha é de pessoas não perigosas", disse.
URUGUAI
Um projeto que legaliza o
comércio e o cultivo de maconha no Uruguai foi aprovado na semana passada pelos
senadores.
Fonte: De Fato
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