segunda-feira, 3 de março de 2014

CAPITÃ É PRIMEIRA MULHER A ASSUMIR COMANDO DE GRUPAMENTO DE BOMBEIROS DO RN

Casada, mãe de um filho de apenas oito meses, destemida, vaidosa, dedicada, bombeira, mulher. Esta é Denise Maria Bezerra de Figueiredo, primeira mulher a assumir um cargo de comando na corporação do Rio Grande do Norte, sendo nomeada comandante do 1º Grupamento de Bombeiros para Combate e Incêndio. Denise é uma das quatro mulheres que compõem o efetivo feminino da corporação formado em seu total por 648 bombeiros.

Formada em Ciências Contábeis, Denise sempre teve influência militar dentro de casa, através do pai. Após concluir a faculdade, prestou concurso para a Marinha, mas não passou. Em 2000, decidiu então fazer o concurso para a Polícia Militar e foi aprovada para o cargo de soldado, época em que o CB pertencia à PM. Quando em 2002, Bombeiros e policiais militares tornaram-se corporações independentes, Denise foi relocada e passou a servir no Corpo de Bombeiros como soldado ainda.


A partir de então, procurou fazer um curso de formação para oficiais. Mudou-se então para o estado do Pará, onde estudou por três anos, seguindo como oficial até o ano de 2006 quando assumiu o posto de aspirante. “No começo não foi fácil, mas hoje me sinto lisonjeada ao servir a esta corporação e com confiança que me foi debitada”, disse.

Mesmo tendo chegado ao lugar em que chegou, Denise admite que teve que enfrentar muito preconceito. Ela observa que em áreas profissionais dominadas predominantemente por homens, a mulher acaba tendo que enfrentar certo clima de desconfiança quanto a sua real capacidade. Dentro da corporação, ela lembra que chegou a passar por algumas situações do tipo, mas segundo ela, apenas no início, por se tratar de uma novidade. “Aos poucos você vai mostrando o seu trabalho e vai ganhando a confiança da corporação”, diz ela.

Quanto à nomeação, ela diz que recebeu com muita alegria, por se tratar de um desafio de vida, e desafios, segundo ela, são o que move o ser humano. Ela comanda atualmente 80 militares, destes apenas um é mulher.

Mesmo com tantas responsabilidades a cumprir, o lado mulher ainda fala mais alto. Denise diz que mesmo com algumas limitações impostas, como por exemplo, o uniforme, que não privilegia em nada a beleza feminina, ela faz questão de dar o seu toque, mesmo que discreto. Muito bem maquiada, com as sobrancelhas feitas e um belo e singelo par de brincos, Denise diz que a vaidade é algo inerente a mulher e que é impossível abandoná-la por completo. “A vaidade não pode se sobrepor ao serviço, mas tem que estar presente”, pondera.

A vida moderna a obriga a se desdobrar. Para cuidar do filho que está com apenas oito meses de vida ela conta com o apoio de uma babá, que fica com a criança durante o dia e a noite, ela e o marido dividem as atividades. “Quando estou de serviço, o que geralmente me exige por pelo menos 24 horas, deixo toda a responsabilidade com ele mesmo”, brinca.
Fonte: Portal no Ar

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