Envolvido em uma série de impasses e
problemas, o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia será administrado
provisoriamente por interventor judicial designado pelo juiz da 5ª Vara da
Fazenda Pública de Natal, Luiz Alberto Dantas Filho. Segundo a determinação,
Marcondes de Souza Diógenes Paiva assumirá a missão de administrar os serviços
de saúde no Hospital da Mulher pelo prazo inicial de 90 dias.
O magistrado decretou a intervenção
judicial no Contrato de Gestão nº 001/2012, realizado entre o Estado do Rio
Grande do Norte, por meio de sua Secretaria de Saúde Pública, e o Instituto
Nacional de Assistência à Saúde e à Educação (INASE), referente ao
gerenciamento e à execução dos serviços e das atividades de saúde no Hospital
da Mulher.
Conforme o Tribunal de Justiça do
Estado do RN, o interventor ficará responsável ainda, além dos atos comuns
inerentes à gestão do contrato, de apresentar em juízo relatórios mensais sobre
todas as atividades executadas, incluindo as situações financeiras, contábeis,
patrimoniais e tudo o mais que entender cabível, solicitando por ofício as
providências e medidas necessárias à viabilização administrativa e financeira
para concretização dos serviços sob seu encargo.
O magistrado determinou que, em caso
de descumprimento da decisão, seja aplicada multa diária no valor de R$ 1 mil à
pessoa jurídica pública ou privada e ao servidor público que dificultar
injustificadamente a execução de alguma medida decorrente da decisão.
“Não obstante a intervenção ora
decretada no contrato de funcionamento do Hospital da Mulher de Mossoró,
esclareço que o Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Norte - Secretaria
de Estado da Saúde Pública deverá continuar exercendo plenamente suas funções
no que se reporta a tudo que vinha praticando antes da medida, notadamente
quanto ao processamento administrativo objetivando a liberação dos recursos
financeiros para os pagamentos das dívidas empenhadas em relação ao mencionado
Hospital, além de colaborar permanentemente com os trabalhos do administrador
nomeado, encaminhando a este juízo da Fazenda Pública as informações e
suscitação dos questionamentos que venham surgir sobre o assunto”, destacou o
juiz Luiz Alberto Dantas Filho.
ATRASO NOS SALÁRIOS – Com relação ao
decreto judicial, Luiz Avelino, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em
Laboratórios e Pesquisas dos Hospitais Particulares
de Mossoró (SINTRAHPAM), espera que o interventor resolva rapidamente
a questão dos atrasos salariais de funcionários (como técnicos de enfermagem,
enfermeiros e maqueiros), médicos e fornecedores do Hospital da Mulher.
“Esperamos que essa decisão saia logo, sem burocracia, pois já são dois meses
de salários atrasados e os profissionais têm compromissos e precisam receber o
dinheiro. Que o interventor venha com algo concreto para os pagamentos dos
profissionais”, afirmou.
O sindicalista informou que há dois
meses os cerca de 300 trabalhadores não recebem salários – referentes aos meses
de fevereiro e março –. “Era para os pagamentos de março terem sido efetuados
na sexta-feira passada, dia 5. Porém, não há previsão de quando o dinheiro será
repassado aos trabalhadores. Não se fala nada”, lamenta Luiz.
O presidente do Sintrahpam acrescenta
que o sindicato vai aguardar o repasse até a próxima sexta, 12. “Caso o
pagamento não seja efetuado faremos mobilizações e haverá paralisação na
próxima semana”, disse, complementando que também está entrando com ação
pedindo o bloqueio do repasse para garantir o pagamento relativo aos dois meses
de salário em atraso.
Avelino ressalta que a situação está
complicada e que muitos trabalhadores estão pedindo rescisão indireta – quando
a empresa não cumpre o que é devido e o trabalhador não perde os direitos
garantidos no ato da rescisão. “Muitos não estão aguentando mais os salários
atrasados”.
Com relação ao atraso no pagamento
dos salários, o Inase enviou comunicado à reportagem da GAZETA DO OESTE. “A
respeito do pagamento de salários atrasados, o Instituto Nacional de Assistência
à Saúde e à Educação (INASE) esclarece que está aguardando definição judicial
em relação aos repasses depositados em juízo pela Sesap-RN, ainda na gestão do
ex-secretário Esaú Gerino. A direção do Inase não considera justo que os
excelentes profissionais do Hospital da Mulher deixem de receber seus salários
em dia e reitera seu comprometimento e esforço para que o pagamento salarial
seja normalizado”, afirmou.
Fonte: Gazeta do Oeste
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