Por César Santos
O que está havendo com o
sistema de saúde pública de Pau dos Ferros, que até pouco tempo era visto como
referência na região do Alto Oeste?
As unidades parecem
sucateadas, afetando as pessoas que necessitam de assistência. A crise, que
estourou em menos de um ano da gestão do prefeito Fabrício Torquato (DEM),
parece bem exposta no desabafo que a pau-ferrense Gilmara Ferreira fez em seu
endereço na rede social.
Abre as aspas:
Onde vai parar o desmantelo
na saúde de nossa cidade, heim? Eu, com um filho recém-nascido e babatando para
cima e para baixo para vaciná-lo, e em nossa cidade, nenhum postinho tem a
vacina, viu?
Vocês tenham noção.
Ficam jogando a gente de um
canto para outro e nada. Voltou para casa sem tomar a vacina e não tem o que
fazer; é esperar pela boa vontade de eles pedirem essas vacinas, né?
Fecha aspas.
Pois bem…
O caos que experimenta a
saúde pública da principal cidade do Alto Oeste é consequência da falta de
gestão, o que coloca em dúvida a capacidade administrativa do jovem prefeito ou
expõe a forma fracionada como a família Torquato vem comandando o Município.
Fabrício manda numa parte;
sua mãe, a ex-vice-prefeita Maria do Rego Torquato, “administra” outra. Uma
gestão a quatro mãos e 20 dedos, que tem dividido o destino de Pau dos Ferros
entre a Praça Getúlio Vargas (Palácio oficial) e a Avenida 15 de Novembro
(residência de Maria Rêgo).
As consequências são
danosas. Por gravidade, afetando a vida das pessoas.
O que incomoda a população é
que práticas que haviam sido eliminadas da gestão pública municipal, por força
e determinação do ex-prefeito Leonardo Rêgo, hoje secretário de Recursos
Hídricos do RN, estão voltando com força, fazendo Pau dos Ferros voltar ao
passado indigesto.
O fato de Fabrício ser jovem
e não ter se emancipado da influência da mãe, o que o deixa sem poder de
decisão, é um dos fatores apontados como nocivos a sua gestão.
Ao mesmo tempo, confirma a
desconfiança de parcela dos pau-ferrenses de que se ele fosse eleito, a cidade
seria entregue a sua mãe.
Coisa parecida com o medo
que Mossoró tem, de um dia eleger prefeita a deputada Larissa Rosado e entregar
a cidade à deputada federal Sandra Rosado (PSB), sua mãe. Os mossoroenses, até
aqui, têm dito não ao suposto risco. Já os pau-ferrenses pagaram para ver e a
conta tem sido indigesta.
No entanto, como ainda tem
tempo para consertar, o jovem Fabrício pode se impor e decidir que a Prefeitura
de Pau dos Ferros não deve ser uma extensão de seu sobrenome.
LEIA O BLOG DO CÉSAR SANTOS
Fonte: Jornal de Fato
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