Os
sócios da Telexfree terão de apresentar à Justiça brasileira
documentos sobre a sede do negócio nos Estados Unidos. A decisão, divulgada
nesta quarta-feira (15), coloca em evidência a relação da empresa americana,
patrocinadora do Botafogo, com seu braço no Brasil, que teve as atividades
bloqueadas em junho de 2013 por suspeita de ser uma pirâmide financeira.
A
juíza Thaís Khalil, da 2ª Vara Cível de Rio Branco, deu dez dias para que sejam
apresentados os documentos da Telexfree, INC. A unidade é indicada como sede da
Telexfree Internacional, que assinou o contrato com o Botafogo.
Como
mostrado em março de 2013, os responsáveis pela Telexfree, INC. são o
brasileiro Carlos Wanzeler e o americano James Matthew Merrill, que também eram
sócios da Ympactus, quando a empresa foi acionada judicialmente.
Apesar
disso, Wanzeler tentou separar uma coisa da outra ao anunciar o patrocínio
ao Botafogo, em 9 de janeiro.
“O
acordo com o Botafogo foi fechado com a Telexfree Internacional, não tem nada a
ver com a Ympactus no momento”, disse Carlos Wanzeler, diretor e
tesoureiro da Telexfree, INC. e, à época do pedido de bloqueio, sócio
administrador da Ympactus.
Além
da Telexfree, INC., Wanzeler, Merrill e Carlos Costa – também sócio da Ympactus
– abriram nos EUA a Telexfree, LLC. Mas, segundo André Andrade, representante
da Telexfree Internacional no Brasil, essa segunda empresa só foi criada para
fins tributários.
Alcance
difícil
Segundo
Catarina Alves, do Peixoto e Cury Advogados, dificilmente a Telexfree, INC.
poderá ser afetada pela Justiça brasileira. A empresa não é pare na ação que
pede a dissolução do negócio no Brasil, e qualquer pedido de apreensão de bens
dependeria de uma homologação da Justiça americana.
Seria
difícil também impedir que a Telexfree cotinue a atuar no Brasil – como quer o
Ministério Público do Acre (MP-AC) – por meio de um site estrangeiro.
“Como
que eu, aqui no Brasil, vou fazer para uma empresa de lá parar de funcionar?”,
questiona a advogada.
Multa
de R$ 10 mil
Além
de pedir informações sobre a Telexfree, INC., a juíza Thaís Khalil impôs uma
multa de R$ 10 mil a Wanzeler por litigância de má-fé. Isso porque os sócios
afirmaram que não têm acesso ao site, aos servidores e ao datacenter do
negócio.
Para
a juíza, tal alegação é falsa, uma vez que o próprio Wanzeler é quem registrou
o site www.telexfree.com, por onde são feitos os cadastros da empresa.
A
penalidade por litigância de má-fé é a terceira a ser aplicada no caso Telexfree.
No início do mês, a empresa recebeu duas multas por atrasar o
andamento dos processos que enfrenta na Justiça do Acre: o pedido provisório de
bloqueio e a ação que pede a dissolução do negócio e a devolução do dinheiro
aos divulgadores.
A
juíza Thaís também deu a Wanzeler cinco dias para que forneça senha de acesso
ao banco de dados que armazena informações relativas ao cadastro e movimentação
das contas dos divulgadores.
Procurados,
os representantes da Telexfree não responderam imediatamente ao pedido de
comentário da reportagem.
Fonte: Jornal de Hoje
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