Cia Campo Grande |
De acordo com o delegado Getúlio Medeiros, que preside as investigações, os dois amigos do agente penitenciário - nomes preservados pela Polícia - confirmaram praticamente tudo que havia sido falado pelos três policiais militares que estavam na ocorrência e outras três testemunhas que presenciaram a operação policial. "Bateu com praticamente tudo que já havia sido colhido até agora. Houve apenas algumas divergências que deverão ser esclarecidas no fim da investigação", resumiu o delegado, referindo-se ao momento crítico da operação, quando o agente penitenciário federal foi baleado.
Segundo os policiais, o agente penitenciário sacou sua arma e apontou em direção a eles e todos atiraram durante a troca de tiros. Entretanto, na versão dos dois amigos do agente, apenas o soldado Soares teria atirado, enquanto os outros dois, tenente Costa Silva, comandante do Pelotão de Campo Grande, e o soldado Felipe, teriam se esquivado. Para o delegado Getúlio Medeiros, a distorção nesse ponto da narrativa pode ter sido uma tentativa dos militares (que não atiraram) de serem solidários com o colega (que atirou). "Os PMs podem ter combinado de afirmar que todos atiraram", diz.
"Vão querer ajudar o amigo e acabam atrapalhando, obstruindo a investigação. Isso é muito infantil, porque a perícia vai detectar tudo, vai dizer quem atirou e quem não atirou. Em vez de ajudar, às vezes pode até atrapalhar o colega", acrescenta Getúlio Medeiros, que espera esclarecer todas essas questões a partir do resultado de exames periciais feitos pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) de Mossoró, além da reprodução simulada, que deve acontecer na próxima quarta-feira, em Campo Grande, lembrando que os dois policiais que disseram não ter atirado, podem ser punidos por isso.
Por enquanto, todos os elementos contidos na investigação apontam para um desentendimento entre o agente penitenciário e soldado Soares, que fez a abordagem inicial ao lado do soldado Felipe. Soares e Iverildo teriam discutido sobre a utilização de um som automotivo. Os dois militares saíram do local, chamaram o comandante, tenente Costa Silva, e foram novamente à procura do agente penitenciário. Foi justamente nessa hora que Iverildo e Soares sacaram suas armas. Por enquanto, a Polícia ainda não sabe quem sacou a arma ou quem atirou primeiro nem se a vítima atirou mesmo.
ENTENDA O CASO: Na madrugada do dia 23 de julho, um agente penitenciário federal se recusou a desligar o som do seu veículo na cidade de Campo Grande, houve um desentendimento entre o agente e uma guarnição da polícia militar onde o agente teria sacado sua pistola e atirado contra os policiais, a PM revidou e alvejou o agente com vários disparos de arma de fogo, o mesmo foi socorrido para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbto na unidade hospitalar.
Fonte: Jornal de Fato
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