Deputados aprovaram ponto polêmico do texto, que prevê a aplicação de
50% do capital principal do Fundo Social do pré-sal nos dois setores. Houve
acordo, no entanto, para alterar essa regra em médio prazo.
O Plenário da Câmara concluiu nesta quarta-feira (14) a votação do texto
que direciona recursos dosroyalties do petróleo para educação e
saúde. A matéria será enviada à sanção.
A proposta direciona 75% dos royalties da exploração fora da camada do pré-sal para educação
e 25% para a saúde.
No caso do Fundo Social do pré-sal, o texto prevê que metade de todos os
seus recursos, e não apenas dos rendimentos, irá para educação até que sejam
cumpridas as metas do Plano Nacional de Educação (PNE); e para saúde, conforme
regulamentar o Executivo.
Na sessão desta quarta, os deputados rejeitaram dois destaques do PMDB que
pretendiam preservar o substitutivo do Senado ao projeto dos
royalties (PL 323/07) e mantiveram o texto da Câmara, elaborado pelo deputado
André Figueiredo (PDT-CE).
A votação foi viabilizada por um acordo entre os partidos que prevê uma
lei posterior para diminuir, em médio e longo prazo, o fluxo de dinheiro do
Fundo Social para a educação e a saúde. A ideia é que, em um horizonte de tempo
mais largo (cerca de 15 anos), os rendimentos obtidos pelo fundo sejam
suficientes para cumprir a meta do PNE, que exige um investimento mínimo em
educação relacionado a um percentual do Produto Interno Bruto (PIB); e para financiar
a saúde.
As aplicações nesses setores serão em acréscimo ao mínimo determinado
pela Constituição.
Para alterar a destinação do Fundo Social em médio e longo prazo, o
Executivo ainda deverá mandar outro projeto ao Congresso. "Nós vamos
começar usando o ativo do Fundo Social, durante um período, e queremos depois
passar a utilizar o rendimento do fundo. Para garantir recursos e, ao mesmo
tempo, garantir o fundo soberano", disse o líder do governo, deputado
Arlindo Chinaglia (PT-SP).
A intenção do governo é preservar os recursos do fundo para manter as
políticas sociais para as futuras gerações.
Óleo excedente
Um dos pontos acertados no acordo e cumprido pelo Plenário foi a
exclusão da regra que fixava em 60% o mínimo de óleo excedente que cabe à União
nos contratos de exploração do petróleo da camada pré-sal no regime de partilha
de produção. A retirada ocorreu por meio de um destaque do PMDB.
Na negociação, o governo defendeu a exclusão dessa regra com dois
argumentos principais: o edital de licitação de blocos do campo de Libra já foi
publicado e prevê uma participação mínima de 40%, que poderá subir no leilão,
sem provocar choques no mercado; e o engessamento desse percentual poderia
prejudicar campos de menor produtividade.
Convergência
Para o líder do governo, Arlindo Chinaglia, a aprovação da matéria foi uma conquista para a educação e a saúde. “Nós vamos constituir um grupo de trabalho para, de maneira científica, com estudos econométricos, fazer essa transição. Nesse momento, conseguimos um acordo majoritário e devemos comemorar”, afirmou.
Para o líder do governo, Arlindo Chinaglia, a aprovação da matéria foi uma conquista para a educação e a saúde. “Nós vamos constituir um grupo de trabalho para, de maneira científica, com estudos econométricos, fazer essa transição. Nesse momento, conseguimos um acordo majoritário e devemos comemorar”, afirmou.
O relator do projeto, André Figueiredo, elogiou o esforço de negociação
tanto do governo quanto de deputados da base governista. Ele considerou que o
sucesso do acordo se deveu a um mesmo objetivo, de melhorar a educação no
Brasil.
“Vamos usar uma riqueza finita que vai gerar uma riqueza infinita”,
disse. Ele lembrou que a presidente Dilma Rousseff ficou de analisar seu pedido
de direcionar ao setor parte do bônus de assinatura do campo de Libra, estimado
em R$ 12 bilhões.
Segundo o relator, a maior parte do volume de recursos previstos para
educação e saúde começará a nutrir o fundo daqui a cinco anos.
Fundo Social
Atualmente, segundo a Lei 12.351/10, o dinheiro do Fundo Social pode ser usado para
projetos nas áreas de educação, saúde pública, cultura, esporte, ciência e
tecnologia, meio ambiente, e mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Como fonte de recursos, ele conta com uma parcela do bônus de assinatura
nos contratos de partilha e com a receita conseguida pela comercialização do
óleo excedente da União.
De acordo com o projeto aprovado, a União deverá colocar no fundo também
as receitas obtidas nos contratos do pré-sal, no regime de concessão, se a
comercialidade tiver sido declarada antes de 3 de dezembro de 2012.
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