O Governo do Rio Grande do
Norte precisa retirar imediatamente os presos mantidos em delegacias de polícia
do estado. Entre as recomendações feitas pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) ao Executivo potiguar, está a "urgente e inadiável" necessidade
de se retirar os presos desses locais, "posto que não possuem as mínimas
condições de custodiá-los". As recomendações fazem parte do relatório que
o Plenário do Conselho aprovou na sua 174ª Sessão Ordinária, realizada ontem
(10).
As sugestões foram
elaboradas a partir do Mutirão Carcerário realizado pelo CNJ no Rio Grande do
Norte entre abril e maio deste ano. Após inspecionar as carceragens potiguares,
a serviço do CNJ, os juízes Esmar Custódio Vêncio Filho e Renato Magalhães
Marques também recomendaram a interdição do Centro de Detenção Provisória da
Ribeira e da unidade do Complexo João Chaves de Natal destinada a presos do
regime semiaberto.
Nas inspeções a delegacias
de polícia e centros de detenção provisória (CDPs) realizadas durante o
mutirão, foram verificadas situações de desrespeito a direitos básicos dos
detentos. Uma das recomendações pede que o Estado assegure "imediatamente,
o mínimo, que é o banho de sol e visita familiar", além do fornecimento
regular de itens de higiene pessoal, colchões e material de limpeza.
Ampla reforma
Ao todo, o relatório contém
46 recomendações de melhorias encaminhadas pelo CNJ aos chefes do Poder
Judiciário e do Poder Executivo do estado. Aponta-se necessidade de ampla
reforma do sistema prisional do RN, desde a criação e reforma de unidades
prisionais à reorganização da estrutura de Execução Penal da Justiça local.
As recomendações do CNJ ao
governo estadual começam com a ampliação do número de vagas nas prisões.
Sugere-se, inclusive, a área do Complexo Penal Mário Negócio, em Mossoró, como
local para a construção de novas unidades prisionais. No documento o Conselho
também demanda a elaboração de cronograma para reforma dos presídios de Caicó,
Pau dos Ferros e das cadeias públicas de Mossoró e Caraúbas para "adequar
sua estrutura de arejamento ao clima local".
Ao Poder Judiciário, o CNJ
sugere adaptações dentro da estrutura das suas varas para fazer frente ao
volume excessivo de processos de Execução Penal que tramitam nas comarcas de
Mossoró, Natal e Nísia Floresta.
Com informações do CNJ
Fonte: TJ/RN
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