Elas entraram muito jovens
na Polícia Militar do Estado. Apesar do preconceito e dificuldades enfrentadas
ao longo de 23 anos, a primeira turma de policiais militares praças femininas
comemora mais de duas décadas de atuação, dedicadas à construção do caráter de
muitos norte-rio-grandenses, ao combate à violência, e à criminalidade do RN.
Unidas e atuantes no policiamento estadual, as policiais militares da turma de
90, denominada “As Pioneiras Potiguares”, dedicam à corporação boa parte da
formação de suas condutas pessoais.
“Grande parte do que somos
hoje se deve a essa formação adquirida a por mais de 20 anos. Aprendemos a
gostar da Polícia Militar e mesmo com as adversidades, procuramos meios
alternativos para cumprir o nosso compromisso com a sociedade”, destaca a
sargento Célia Lins de Melo, uma das 57 soldados formados na turma de 90, da PM
Feminina. Hoje, ela é diretora de Apoio à reserva Remunerada, Pensionistas e
Reformados da Associação de Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar e Corpo
de Bombeiros do RN (ASSPMBM/RN). A militar também atua no Comando de
Policiamento Metropolitano e desenvolve voluntariamente trabalhos sociais por
todo o RN, através do grupo teatral @bsolutas.
Mesmo com atuações
importantes no RN, dados da Companhia de Polícia Feminina (CPFEM) do Estado,
confirmam a pouca representatividade do efetivo feminino em solo potiguar.
Apenas 29 policiais militares femininas trabalham em guarnições, exercendo
serviços de policiamento ostensivo. Entre as que estão à disposição, foram
cedidas para batalhões, ao Comando de Polícia Rodoviária Estadual (CPRE) ou a
órgãos públicos estaduais, o número chega a 183. Tendo em vista a quantidade de
policiais militares atuantes no RN, que chega a mais de 9 mil, o espaço
feminino na corporação militar é reduzido. E a demanda por essas profissionais
não para de aumentar.
“Desde 2004, não é realizado
concurso público para policial militar feminina. Tendo em vista a presença de
gestantes e de policiais que tiram licença médica, a reposição do efetivo é
prejudicada pela falta de pessoal”, explica a sargento Nicelma Santos, que atua
na Companhia de Polícia Feminina (CPFEM). A sede da Companhia também apresenta
problemas de estrutura. Apenas uma viatura está a disposição das policiais e em
época de chuvas, os alagamentos são constantes.
Em reconhecimento à
importância das militares estaduais no contexto da segurança pública do RN, a
ASSPMBM/RN atribuiu três das funções da diretoria, para policiais militares
femininas. Entre elas está o cargo de vice-presidente, ocupado atualmente pela
sargento Márcia de Carvalho Fernandes. “A ASSPMBM/RN é a única associação
representativa da polícia militar do RN, que conta com a presença de policiais
militares femininas na diretoria. Através disso, o nosso objetivo é que elas
também possam vir a desenvolver atividades direcionadas ao público feminino na
corporação militar, bem como identificar as demandas principais para cobrá-las
junto ao Poder Público”, observa sargento Eliabe Marques, presidente da
Associação.
Fonte: ASSPMBMRN
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