As notícias que chegam da Secretaria
de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte acerca do legado da
Copa do Mundo para o Estado não são muito boas. A segurança durante a
competição vai ter reforço da Força Nacional para auxiliar Polícia Militar do
RN, mas o efetivo permanente da PM será acrescido somente de policiais que
serão remanejados dos setores administrativos. Desta forma, não haverá concurso
público para contratação de novos PMs, que poderiam compor o quadro depois do
mundial.
A informação foi confirmada pelo titular
da pasta, Aldair da Rocha, que alegou o limite prudencial para a incapacidade
do Executivo de realização de certames. O Governo do Estado espera remanejar
entre 750 a 800 homens que atuam no serviço burocrático para o policiamento
ostensivo, e quer contar com os 800 aprovados no último concurso para a
corporação. Estes ainda aguardam a decisão de impasses judiciais para a
liberação da convocação. Caso obtenha sucesso nas soluções propostas, a Polícia
Militar vai contar com mais 1.600 policiais, apesar de o comandante-geral,
Francisco Araújo, ter afirmado em entrevista publicada na TN em setembro
de 2011 que precisaria de, pelo menos, mais 3.000 novos policiais.
A situação não é diferente na Polícia
Civil. As investigações criminais no Rio Grande do Norte atualmente transcorrem
de forma lenta, dada a falta de agentes, delegados e escrivães na nossa Polícia
Judiciária. De toda forma, a expectativa do Estado é de convocar os aprovados
no último concurso que já fizeram, inclusive, o curso de formação. São
trezentos aprovados aguardando a nomeação, mas Aldair da Rocha revelou que teve
informação de que parte dessas pessoas desistiram da espera em virtude de
aprovações em outros certames. “Deve haver ainda 250 aguardando”, afirmou.
Mesmo com a chegada deste reforço, que segundo a Sesed só deve ser concluído no
ano que vem, o número ainda não é o bastante. Para o delegado Ricardo Sérgio
Costa Oliveira, que está à frente da Delegacia Geral de Polícia Civil
(Degepol), é preciso de pelo menos mais 50% do quadro de policiais atual para
se dar uma resposta satisfatória em elucidação de crimes. Isso corresponde a um
aumento de 742 pessoas no efetivo.
O problema é ainda pior, de acordo
com a própria Sesed, no Corpo de Bombeiros, que também não será contemplado com
concurso. São 640 bombeiros em todo o RN. Aldair da Rocha confirmou que não
haverá tempo para a realização de um certame e a formação dos profissionais.
Durante a Copa do Mundo, eles ainda vão contar com a Força Nacional, que terá o
efetivo recolhido logo após o término do campeonato. No Instituto
Técnico-Científico de Polícia (Itep), ainda há esperança de que seja possível a
realização de concurso, mas a Sesed corre contra o tempo.
Do Jornal Tribuna do Norte
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