Brasília – O ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, determinou hoje (8) a abertura de investigação policial
relativa às atividades da empresa TelexFree no país. O órgão informa que vem
apurando denúncias sobre a empresa desde janeiro, por meio da Secretaria
Nacional do Consumidor.
A suspeita é de explorar o sistema
comercial conhecido como pirâmide financeira, proibido no Brasil. O modelo se
mantém por meio do recrutamento progressivo de pessoas, até chegar a níveis que
tornam o retorno financeiro insustentável. Estima-se que a Telexfree tenha
arregimentado pelo menos 1 milhão de pessoas no Brasil.
O Ministério da Justiça informa que
já havia pedido ajuda para apurar o caso, como à Comissão de Valores
Mobiliários, ao Banco Central, à Secretaria de Acompanhamento Econômico do
Ministério da Fazenda e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Esses
órgãos apontaram indícios de crime contra a economia popular, esquema de
pirâmide financeira e evasão de divisas.
No mês passado, o Departamento de
Defesa do Consumidor abriu processo administrativo envolvendo a TelexFree por
indícios de formação de pirâmide financeira e ofensa ao Código de Defesa do
Consumidor.
Também nesta segunda-feira, o
Tribunal de Justiça do Acre manteve a decisão que suspendeu as atividades da
TelexFree. De acordo com entendimento da 2ª Câmara Cível, a empresa não pode
fazer novos cadastros de divulgadores e está impedida de pagar aos apoiadores
já cadastrados. A decisão vale até o julgamento final do caso, sob pena de
multa diária de R$ 500 mil.
A defesa da empresa tentou, sem
sucesso, reverter entendimento individual do relator do caso, desembargador
Samoel Evangelista. De acordo com o voto do magistrado, apoiado hoje por
unanimidade, os advogados da TelexFree não apresentaram fundamentos legais para
suspender os efeitos da decisão de primeira instância. Agora, o tribunal
acriano agora vai analisar mérito do caso.
A decisão de suspender as atividades
da empresa resultaram em uma série de reclamações em órgãos como o Conselho
Nacional de Justiça e o Superior Tribunal de Justiça. Ambos divulgaram nota
alegando que não é possível interferir em processo judicial em curso.
Da Agência Brasil
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